Nova fase e o que aprendi sobre networking
Queria contar um pouco para vocês sobre os novos rumos que estou tomando na vida profissional e aproveitar para falar sobre como o networking está sendo importante para essa nova fase.
Depois de um ano e meio trabalhando como tradutora em uma empresa de commodities e de mais outro ano e meio sendo tradutora in-house em uma empresa de traduções, resolvi dar o meu pulo e mergulhar na vida de freelancer. Na primeira empresa, aprendi muita coisa com a prática e com a ajuda dos britânicos e americanos com quem eu mantinha contato constante. Sempre foi muito satisfatório ver que as traduções de e-mails, documentos, reuniões e conversas que eu fazia sempre foram muito bem entendidas, especialmente pelo fato de não haver uma supervisão. Já na empresa de tradução, eu tinha uma coordenadora que revisava meus textos e o feedback era constante. Tínhamos reuniões para revisar aspectos importantes da gramática inglesa e portuguesa e conversar sobre soluções tradutórias e sobre os detalhes mais relevantes de cada job. Dessa forma, muito do meu aprendizado como tradutora adquiri na raça e depois sendo in-house. Foi uma etapa vital para minha vida profissional.
Mas, foi chegada a hora de cortar os laços e ficar mais independente. Saí do ninho e agora estou aprendendo o outro lado, o lado que não existia na vida de “tradutora de empresa”. Nesse lado, uma das coisas mais essenciais que deve ser aprendida e que eu, parte intuitivamente, parte por ter realmente prestado atenção, assimilei antes mesmo de dar essa guinada, foi a importância do networking.
O networking é algo como o “pretinho básico”. Ou seja, não dá para viver sem. Antes do boom da internet, no entanto, creio que o networking era menos discutido e mais posto em ação. Era uma época em que ele era simplesmente o bom e velho “fazer contatos”. Todo mundo sempre fez contatos profissionais. Sempre ouvi meu pai dizer: “conheci fulano na época em que trabalhava na empresa X” ou “cicrano, aquele que trabalhou naquele projeto comigo, me ligou para discutir tal e tal”. Ou seja, as pessoas iam conhecendo as outras nos seus locais de trabalho e sempre davam um jeito de se achar caso precisassem de algo ou de alguém. Para você ser procurado, bastava ter sido um bom profissional, porque o que ficava guardado de você era a postura que tinha nessas passagens por diferentes empresas.
Eu ainda vejo o networking um pouco assim. A base para se fazer bons contatos profissionais é se mostrar um profissional de valor. Valor profissional e valor ético. Eu sigo à risca certas regras: o networking não é amizade forçada; não é fofoca nos bastidores; não é bajulação. É, sim, a postura que você assume diante de outros profissionais da sua área e a sua disposição em fazer um bom trabalho e ajudar colegas quando necessário.
Hoje, a internet potencializou o networking: você não precisa necessariamente ter conhecido fulano ou cicrano na empresa X ou no projeto Y. Eles podem ser simplesmente colegas que fazem parte da mesma lista de discussão ou da mesma comunidade do Orkut que reúne os profissionais do seu ramo e da qual você participa. Hoje você não precisa mais torcer para que as pessoas se lembrem de você e do bom profissional que era. Você pode ser lembrado constantemente. Ter um blog sobre sua área de atuação, ter um perfil profissional no Twitter, ter um currículo no LinkedIn, participar ativamente de listas e fóruns. Isso sem falar, é claro, dos encontros presenciais em seminários, congressos, palestras e eventos, que sempre existiram.
Ou seja, hoje temos muito mais controle sobre nosso networking. Sobre as pessoas que queremos conhecer e com quem será interessante interagir. No entanto, o essencial mesmo é entender que o networking não é um grande jogo de interesses. “Vou começar a conversar com fulano porque acho que ele pode me passar trabalho”, “não gosto de cicrano, mas vou dar uma bajulada para ver se consigo uma indicação”. O networking é, antes de tudo, uma troca constante de informações e de auxílio. A amizade e as possíveis indicações e ofertas de trabalho podem ser uma agradável consequência, mas lembre-se de que ocorrem naturalmente.
E por que aprendi muito sobre networking “parte intuitivamente, parte por ter prestado realmente atenção”? Intuitivamente porque a gente começa a fazer networking logo no começo da vida profissional. Lá atrás, antes mesmo de estar trabalhando na área, senti necessidade de conhecer outros colegas do ramo e fui fuçar todos os grupos que pude encontrar na internet. Fiquei na moita em comunidades e fóruns durante ANOS. Essa foi a época em que prestei muita atenção. Como eu não estava efetivamente na área, li muito o que os colegas falavam, as discussões sobre diversos assuntos do ramo e, principalmente, avaliei como as pessoas se comportavam e interagiam (e exemplos de como eu gostaria ou não de ser). Não que eu tenha feito uma análise fria e calculista disso tudo. Como eu disse, apenas prestei atenção. Quando chegou a hora em que achei ter algo de útil a dizer, comecei a participar. Não cheguei de supetão. Cheguei entendendo como tudo aquilo funcionava. E foi aí que tudo aquilo funcionou para mim também. O networking que comecei fazendo por intuição, mas que me fez prestar atenção, foi em grande parte o que me encorajou a mudar o rumo. E, por causa dele, sem dúvida, o rumo mudou para melhor.
7 Respostas para “Nova fase e o que aprendi sobre networking”
Trackbacks / Pingbacks
- 19/05/2011 -
- 12/12/2011 -
- 09/08/2013 -
- 09/09/2013 -
Adorei as suas dicas de hoje. gosto de participar deste site, acho todas as dicas válidas!!
Abraços, Isabel.
Oi, sócia!
Me lembrei de uma enquete que eu postei certa vez lá na comunidade do Orkut sobre qual a maior fonte de clientes do pessoal. A grande maioria respondeu que era por indicação de colegas. Isso já deixa clara a importância do networking.
Agora, essa é uma arte em que eu ainda preciso melhorar bastante… 😛
Lorena,
Eu ainda estou na fase de ficar na moita pois ainda me sinto insegura na hora de fazer comentário, mas com certeza que vai chegar a minha hora de participar mais ativamente e desejo fazer networking.
Um abraço!!
Renilse Paula