Tradutor etc.

Olá!
Ainda se lembram de mim? Após um longo tempo sobrecarregado, estou de volta para narrar mais um capítulo das venturas e desventuras de me dividir entre a emergente carreira de tradutor e o emprego como psicólogo.
Depois de terminar a tradução do livro didático de Psicologia, após quase um ano de trabalho, não demorou a surgir um novo compromisso – e uma nova correria! Em agosto chegou uma proposta de uma editora especializada em romances femininos (pois é!) para bancas de jornal e livrarias. Eu havia sido indicado em janeiro por uma amiga que lá trabalhava e, após um teste e alguns meses de espera, eis que recebo o resultado e a proposta.
Aí já estão ilustradas duas lições que todo futuro tradutor tem de aprender. Primeiro, a importância do famoso networking, não só com profissionais da área, mas com as pessoas em geral. As duas editoras para as quais já traduzi foram frutos de indicações, a segunda delas de uma amiga que não é tradutora e eu nem sabia que estava trabalhando lá.
A segunda lição é a da paciência. Nesse último caso, entre o primeiro contato com a editora e a proposta de trabalho, decorreram cerca de sete meses. Muitas vezes a espera é longa, mas é preciso correr atrás e não desistir.
Então, veio o livro, com quase 250 páginas e um prazo apertadíssimo de um mês, mas com possibilidade de extensão. Não demorou muito para eu ver que isto seria necessário, devido à minha reduzida disponibilidade de tempo. E havia ainda um empecilho à frente: eu iria viajar no fim de setembro, o que não me permitiria esticar o prazo em mais do que uns dez dias.
Ao iniciar a tradução, cometi o erro de fazê-lo de forma desordenada, sem planejamento algum, ao sabor do vento. Até que, após um fim de semana pouco produtivo (é, se aqueles que se dedicam exclusivamente à tradução muitas vezes já precisam trabalhar no fim de semana, os que têm outra atividade profissional não têm escapatória), resolvi fazer as contas e calculei que teria de traduzir cerca de oito páginas por dia para cumprir o prazo.
A partir daí, não havia mais tempo a perder, e começou o corre-corre. Aproveitava até os momentos mais calmos no trabalho para traduzir e perdi algumas horas de sono. Sorte que pude contar com a revisão da minha irmã, que, embora não trabalhe com idiomas, tem perfeito domínio do inglês.
Enfim, na véspera do término do prazo, um dia antes de viajar, passei a noite em claro dando aquela olhada final no texto e dirimindo as últimas dúvidas e, no dia seguinte, fui da cama para o aeroporto.
Antes de viajar, deixei a editora avisada e, dias depois de regressar, recebi uma ligação da gerente editorial – os contatos anteriores haviam sido todos por e-mail – com uma nova proposta. Disse que tinham apreciado o meu trabalho e gostariam de contar comigo para o novo livro, dessa vez para livrarias – o primeiro havia sido para bancas. Também tive mais liberdade para solicitar um prazo um pouco mais extenso, já que o livro também é maior. Logo de cara calculei uma meta mais cômoda – cinco páginas por dia – e estou conseguindo até encaixar eventuais serviços menores.
Vejamos o que acontecerá depois de 15 de janeiro.
Heitor M. Corrêa
heitor.correa@ymail.com
Ueba! 🙂
Gostei de saber, Heitor. E é uma dica importante para quem começa a profissão. Parabéns e um abraço.
Valeu, Marion!
Puxa, que orgulho de ser citada! Rs então deixa eu parar de enrolar e voltar pra sua revisão!
Agora vê se faz jus à menção, né, Let! 😛
Olá Heitor. Seu relato é um grande incentivo para os iniciantes. Uma sugestão que li no blogo do Danilo Nogueira e que adotei, mesmo não sendo tradutor profissional, é o uso de uma memória de tradução. Ela te ajuda a organizar o tempo, os trechos para a tradução e forma um glossário que você utilizará em futuros trabalhos. Atenciosamente.