O pessoal e o profissional nas redes sociais

Já ouvi algumas pessoas dizendo que devemos criar perfis nas redes sociais diferentes: um para assuntos pessoais, outro para profissionais.
Primeiro, é preciso fazer uma distinção básica entre o que é pessoal e o que é intimidade. Imagine que você trabalha em um escritório. Você não sai contando para todo mundo sobre suas aventuras amorosas. Por outro lado, na hora do almoço, pode ser que o assunto desvie para política e você deixe claro alguns de seus pontos de vista.
O que quero dizer é que há assuntos que são muito pessoais e devem ser compartilhados apenas com pessoas próximas. Outros, ainda que fujam do âmbito profissional, podem ser discutidos com colegas de trabalho sem comprometer sua integridade, ainda que haja divergências de opinião.
Sendo assim, não creio ser preciso criar perfis separados nas redes sociais. A vida real não é assim. Num escritório, não se fala só de trabalho 100% do tempo. Em casa, não se exclui o tema trabalho porque o ambiente é pessoal. O que é preciso é ter bom senso e não exagerar. Além disso, somos pessoas indivisíveis, e é nosso conjunto que nos torna interessantes para os outros.
No meu perfil do Facebook, tenho adicionados muitos tradutores com quem já trabalhei ou ainda trabalho. Alguns deles têm opiniões completamente diferentes das minhas com relação a uma série de assuntos, como política e religião. Nem por isso nossas relações ficam estremecidas ou deixamos de cooperar profissionalmente.
Não é preciso separar o perfil pessoal e o de trabalho. É preciso, sim, separar a pessoa do profissional. Se você gosta de rock e eu de música clássica, quem traduz melhor? Exato, não há resposta, porque opiniões ou preferências não influenciam nem a minha nem a sua competência profissional.