Apresentação

Olá, sou a Adriana de Araújo Sobota, tradutora freelance há 12 anos e meu espaço aqui será para falar de organização, saúde e qualidade de vida. Afinal de contas, nem só de tradução pode viver um tradutor, né?
Não quero falar de mercado de trabalho, ferramentas, preços por duas razões: a primeira, é que a maioria dos blogs de tradutores já fala disso (e a Lorena o faz brilhantemente aqui) e a segunda é que eu venho sofrendo na pele os resultados de uma vida desorganizada e imprudente desde que comecei a traduzir. Minha missão, logo, é tentar abrir a cabeça dos teimosos e mostrar que não é conversa de gente que não tem o que fazer esse papo de organização e qualidade de vida =)
Embora eu ame o que faço e dificilmente conseguisse ser feliz fazendo outra coisa – a não ser gastando em shoppings e viagens se ganhasse uma fortuna considerável na megasena –, essa nossa profissão, não exatamente pela profissão em si, mas pelo seu modus operandi, pode trazer consequências pesadas para nossa saúde e vida pessoal. Não, a tradução não é a vilã. Os vilões somos nós mesmos. E qualquer profissional cujo trabalho tenha uma carga de esforço intelectual superior à do esforço físico, estará sujeito a todos esses riscos que pretendo abordar nesta coluna.
Já virou piada até entre nós mesmos a história de como as pessoas veem a nossa forma de trabalho: acham que é bico, que não é sério, que não dá futuro! Ok, isso não é incômodo nenhum, por mim, quanto mais pessoas pensarem que a tradução “não dá futuro”, melhor! Sobram mais palavras no mundo a serem traduzidas por profissionais de verdade. Agora, meu amigo e minha amiga (nossa, parece programa de rádio, né?), o que não pode acontecer, jamais, é NÓS mesmos encararmos como bico. Esse sim é o primeiro dos nossos maiores pecados.
Como neste blog a intenção é falar a você que está começando na profissão, eu sugiro (adoro a lindíssima “I strongly recommend…”) que pense no seu trabalho como UMA das suas rotinas diárias e não a única (obviamente, isso serve para os veteranos também). Sim, porque por muitos anos sentei nesta cadeira por horas a fio sem me importar com nada mais além de entregas pontuais e de qualidade… continuo me esforçando para manter a qualidade e a pontualidade, mas hoje tenho muito mais coisa com que me preocupar, algumas felizmente, algumas infelizmente.
A sua organização (eta palavrinha mais utópica essa) depende única e exclusivamente de você. Não adianta culpar o cliente, não adianta culpar os filhos, os pais, o vizinho barulhento, o cachorro. Tarefas, deveres, direitos, horários, alimentação, saúde, ergonomia, sono, previdência social, amor, prazer, vinho, cinema, música, filhos, pais, família, amigos, leituras voluntárias, leituras necessárias, cursos, aperfeiçoamento, salão de beleza, férias, contas, plano de saúde são assuntos cujos erros e acertos dependem principalmente de você. Uma coisa é certa: organização está para saúde, que está para qualidade de vida. Tente não pensar nisso, tente agir. Não deixe pra planejar sua qualidade de vida quando as contas ficarem mais leves, quando a crise na Europa acabar, quando o filho se formar. A hora de viver – e bem – é agora.
Meu planejamento para participar do blog é falar progressivamente sobre os temas que mencionei, mas se você tiver algum assunto que queira discutir, fique à vontade para sugerir que eu terei o maior prazer de tentar falar algo que preste a respeito. O assunto do próximo post será a criação de hábitos e horários.
Té plus!
Que maravilhoso esse post! Sou tradutora há 5 anos e sofro de cada uma das possíveis consequências da falta de disciplina em relação à minha própria saúde. Sou organizada, entrego todos os meus trabalhos no dia e hora marcada, mantenho meus perfis em mídia social sempre atualizados, assim como meus glossários e e-mails respondidos, mas quando preciso direcionar essa mesma disciplina para o meu bem-estar, falho na missão.
Sair para caminhar, marcar um café com os amigos, comprar cadeira e mesa adequada para o trabalho, iluminação apropriada para o trabalho de dia e a noite, um segundo monitor… tudo isso são coisas que deixe para trás nos primeiros quatro anos e que tive e ainda estou tendo que aprender na marra.
Mas eu chego lá! Já melhorei bastante! Vai ser ótimo ler suas considerações dicas sobre o assunto!
Um beijo,
Nicole
Parabéns Adriana e Lorena, esse tema é MUITO importante… e muito difícil de ser trabalhado pois exige tanta disciplina… Estou ansiosa pelos próximos artigos! 🙂
Olá, Adriana. Seja muito bem-vinda. Vamos adorar ler todas as suas orientações sobre assuntos tão relevantes.
Ótimo texto Adri! Tipo da coisa que eu queria ter lido ano passado…teria evitado muito incômodo, preocupação e despesas médicas, apesar de um devido check-up ter sido o fruto positivo da história. Não é assunto pra ser relegado a segundo plano não, já que dependemos do corpo pra manter a mente trabalhando. Já na espera dos próximos textos aqui!
A Dri arrasou! Também estou ansiosa pelo próximo texto! 😀
Obrigada, pessoal! O segundo texto está quase pronto =D
Estou estudando bastante para não falar abobrinha – apesar que abobrinha é parte de alimentação saudável, então tenho que falar nela, kkkkkkkkkkk