Perfil financeiro do tradutor

Gente, que correria louca!
Escrevi aqui em agosto… Setembro foi uma loucura com trabalhos e o compromisso de dar uma palestra na Conferência do ProZ, no Rio de Janeiro. O Heitor escreveu a respeito aqui, mas ele não assistiu à minha palestra.
Outubro e novembro foram recheados de muito trabalho e outras atribulações familiares e pessoais. Ufa! Ficaram cansados? Mas a Lorena pediu um texto e não se deve negar um agrado a uma futura mamãe, né?
Serei breve, porque a tia Dédi está aqui me olhando feio. Não conhece a Dédi Laine, a tia má de todo tradutor? Vou falar bem rapidinho da experiência de ter dado a palestra no ProZ e retomar um pouquinho de onde parei no texto anterior.
Tive a felicidade de dar a palestra no ProZ, o tema foi sobre A Vida Financeira do Tradutor. Tinha bastante gente na plateia, mesmo com uma programação simultânea sempre super interessante. Obrigada aos que compareceram! A apresentação está na página da Conferência no ProZ, mas acho que restrita a quem compareceu ao evento. Pretendo disponibilizá-la em algum outro local – “pra galera” -, não prometo uma data, mas está na listinha!
Agora vou tocar num ponto que deixei “pendurado” no último texto que escrevi aqui e que toquei de leve na palestra: a questão do perfil financeiro. É uma prática implementada pela Anbima (veja mais detalhes aqui). Em todos os bancos há um questionário de perfil de investimentos, com perguntas sobre sua idade, valor aproximado do investimento, o prazo que pretende deixar esse valor investido, etc. Tudo certo, essa análise é muito importante. É claro que ninguém quer perder dinheiro nessa vida, sabemos o quanto nos custa ganhá-lo! Mas temos que nos lembrar que o risco pode se diluir com o tempo e que o tempo é nosso amigão quando se trata de investimentos. Quem aqui ainda não foi lá brincar com os simuladores que postei no texto anterior?
Pois bem, sou partidária do perfil flexível. Não estou rasgando dinheiro, mas dependendo do prazo e do possível retorno, aceito mais risco. Por exemplo, meu filho tem lá uma carteirinha de ações. Em 2010 tirei todo o dinheirinho que a vovó dá (aniversário, Natal, dia das Crianças, etc) que estava na caderneta de poupança e coloquei quase tudo em ações. Ele tem uma merrequinha em Título do Tesouro. Por que eu vou prender o dinheiro do meu filho, que é pra usar no mínimo daqui a 15 anos, em um investimento que mal acompanha a inflação? A carteira dele no momento está até negativa, mas não me preocupa. A minha também está, porque lá tem o dinheiro para daqui a 15-20 anos.
Você não precisa investir direto em ações se não quiser ou se não tiver o perfil. Mas procure um fundo que tenha um pouco de ações, com gestão ativa, para colocar um pouco de risco na sua carteira – sempre dependendo do prazo, claro! Não vá arriscar o dinheiro da reserva financeira, nem tentar dobrar na bolsa aquela grana já comprometida com alguma aquisição, hein? Por favor!!! 🙂
Já aquela parcela dos investimentos que você já vai separando para a sua aposentadoria pode ser analisada e colocada para trabalhar de forma mais agressiva, para gerar mais lucros.
Acabou aquela época em que dava para “ganhar” 15% ao ano deixando o dinheiro sem risco, num fundinho DI qualquer. Foi-se. Zé fini. Mais do que nunca, chegou a hora de batalhar pelo dinheiro – não só o que ganhamos, mas também aquele que investimos. É necessário conhecer e estudar para tomar boas decisões. E perder o medo e deixar de lado a acomodação – e até procurar gestores independentes para trabalhar pelo seu dinheiro… Quem você acha que vai correr mais atrás de resultados: um bancão daqueles já posicionados no mercado, onde você é menos que um grão de areia, ou os gestores menores e independentes que precisam conquistar e provar aos clientes que eles podem apresentar resultados melhores?
E vou parando por aqui, a tia Dédi acabou de estalar o chicote. Até!