Medo de ser tradutor? Tem cura!

Depois que contei sobre como virei tradutora lá no Multitude e de como, inicialmente, tive medo de me atirar na profissão, algumas pessoas me perguntaram: como perder esse medo?

É natural que o recém-formado ou novato na profissão sinta insegurança. Mas há alguns modos de lidar com ela e tomar coragem para investir na vida de tradutor. Confira abaixo:

1) Entenda o mercado e o ofício de tradução

Não saber direito como funciona o mercado ou o cotidiano da tradução é a fonte da maioria dos medos do tradutor novato. Como ele vai saber o que esperar e como agir se não conhece os meandros da profissão?

Pesquise e leia muito sobre o que faz parte do mundo tradutório: como trabalha um tradutor, regime CLT e autônomo,  valores cobrados, produtividade e ergonomia, tipos de clientes/pagamentos, tipos e formatos de serviço, exigências e qualificações e por aí vai. Não deixe nada de fora.

2) Identifique seu medo

De que, exatamente, você tem medo? De não saber traduzir com qualidade? De ser seu próprio patrão? De não ter disciplina com o dinheiro? De negociar com clientes? Uma mistura de tudo isso?

Todos nós temos pontos fracos. Além de identificar o que mais aflige você, procure perceber  também em quais dessas áreas você teria mais dificuldade, para atacá-las primeiro.

Além disso, faça uma análise mais fria: seus medos têm fundamento real? Ter insegurança é normal em todo começo de carreira e algumas delas são perfeitamente contornáveis. Saiba diferenciar uma simples insegurança de uma dificuldade real. Ter dificuldades em determinadas áreas não significa que você não serve para ser tradutor. Quer dizer apenas que precisará preencher as lacunas que se apresentarem no início.

3) Prepare-se

Para preencher essas lacunas e se sentir realmente preparado para o mundo real da tradução, é preciso a) se informar e/ou b) se aperfeiçoar.

Se você tem dificuldades em entender como é ser um profissional autônomo, por exemplo, pode ler blogs de tradutores que falam sobre isso, consultar sites como o do Sebrae, conversar com um contador, falar com administradores e donos de negócios próprios que você conheça e por aí vai.

Se você sente que ainda precisa aperfeiçoar a língua com a qual vai trabalhar, inscreva-se num curso ou estude sozinho, leia muito, pesquise. Hoje o que não falta é material disponível!

4) Saia da bolha

Ler, pesquisar, se informar… Tudo isso é essencial, mas pode não ser o suficiente para se ter noção da realidade do mercado. Para ter uma ideia mais fundamentada sobre o cotidiano de trabalho do tradutor, só mesmo conversando com outros tradutores.

Participe de grupos e listas de discussão, converse e tire dúvidas com tradutores mais experientes, compareça a eventos, mostre-se interessado. É nesse momento, quando se aproxima dos colegas tradutores, que você deixa de ter uma visão romântica da profissão e passa a encará-la como uma verdadeira ocupação. E, consequentemente, perde medos oriundos da simples falta de informação.

Além disso, conversar com quem já está inserido no mercado ajuda a entender a ética da profissão, os principais problemas que os tradutores enfrentam, as melhores práticas do mercado, de quais ferramentas precisa um tradutor etc..

Atire-se!

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6 Respostas para “Medo de ser tradutor? Tem cura!”

  1. Cátia Santana diz :

    Olá Lorena. Adorei esse post e gostaria de compartilhar minha experiência. Comecei a trabalhar na área em 2009 em uma agência como revisora e em 2010 passei a ser tradutora interna. Em 2013 resolvi trabalhar em casa e passei a trabalhar para mais uma agência. Em 2014 percebi que estava acomodada; queria evoluir mas a tranquilidade de ter sempre trabalho, embora não sendo tão bem remunerada, me impedia de buscar outras opções. No começo desse ano resolvi abrir uma empresa e fiz justamente como você falou no post: fui conversar com tradutores conhecidos e professores para me informar melhor sobre o mercado, daí tomei coragem e abri a empresa recentemente. Agora estou em busca de novas oportunidades, passei a ser mais ativa em grupos de tradução no facebook e estou me organizando para me aperfeiçoar na área de tradução farmacêutica/médica, que é o que gosto de fazer. Além disso, acredito que o aperfeiçoamento contínuo é muito importante, até para os tradutores experientes. Agora estou em busca de novos clientes, mas creio que, com preparo, isso é só questão de tempo. Obrigada pelas dicas valiosas!

    • Lorena Leandro diz :

      Adorei saber sobre sua trajetória, Cátia! A tradução realmente não é diferente de nenhuma outra área: exige esforço, dedicação e muito estudo. Obrigada por compartilhar sua história, pode servir de incentivo para outros que entrarem aqui. 🙂

  2. Marli Rosa Xavier diz :

    Perdendo o medo de comentar aqui rsrsrsrs, olha sou prof.de Ingles, na época optei por esta carreira por ter ficado sozinha com 2 crias pra sustentar, para poder ter horario flexivel…pois bem, isso foi há uns 08 anos atrás, hj aos 51 anos, quero novos rumos,preciso de mais $$$$ então vou me aventurar pelo mundo da tradução, completamente autodidata, estou devorando tudo o que vcs escrevem no Facebook e outros blogs, e sou grata por saber com tem tanta gente disposta a ajudar com inumeras informações.É isso me preparando para uma nova jornada…nunca é tarde né?? abraços

    • Lorena Leandro diz :

      Nunca é tarde, mesmo, Marli! Aliás, uma das maravilhas do mundo da tradução é que tradutor não tem data de validade! Boa sorte na sua nova empreitada. 🙂

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