Tradutor, quando não trabalha… trabalha!

Para quem está de fora, muitas vezes é difícil entender o que a gente faz. Pior ainda quando a gente diz que está trabalhando, mas não traduzindo.
Não só as pessoas de fora ficam espantadas. Muitos aspirantes a tradutor e iniciantes na área também ficam, talvez pela tendência de se romantizar a profissão nessa etapa da vida. Mas quanto mais cedo entendermos sobre todas as nuances da profissão, que não ficam de modo algum restritas ao ato de traduzir, melhor.
Afinal, o que fazemos quando não estamos traduzindo?
Administração
Textos para traduzir não caem no nosso colo de uma hora para outra. É preciso fazer captação de clientes, enviar currículos, fazer testes para agências, conversar com colegas para formar possíveis parcerias, estudar o mercado e identificar boas áreas de atuação/especialização etc..
É um erro achar que isso não faz parte do trabalho, que é algo que a gente só faz quando tem um tempinho livre. Não. É preciso incluir todas essas atividades no período de trabalho, por isso é muito importante saber gerenciar o tempo que usamos para traduzir e o que usamos para administrar a vida profissional.
Recursos
São muitas as ferramentas que o tradutor têm à disposição e são muitas as práticas existentes para facilitar o ato de traduzir. Só que é preciso conhecer as ferramentas e implementar as práticas para que elas possam ser usadas na hora de colocar a mão na massa.
Para isso, é preciso disposição e, acima de tudo, tempo. Só que esse tempo precisa ser de trabalho, porque aprender a mexer em novas ferramentas (por exemplo, CATs) ou implementar práticas (por exemplo, criar e padronizar glossários, alimentar as CATs com esses glossários etc.) não são tarefas que levam apenas cinco minutinhos.
Pesquisa
Para quem é especializado, não importa em que área, pesquisar nunca é demais. Às vezes, quando estamos traduzindo, perdemos um tempo valioso buscando terminologia, conceitos, referências. Seria mais fácil se já tivéssemos pelo menos alguns links e arquivos separados antes de começar a traduzir.
É possível fazer isso quando temos um intervalo entre um serviço e outro. Usar o tempo de trabalho faz diferença, porque se deixarmos para fazer em qualquer outra horinha vaga, dificilmente faremos mesmo.
Socialização
Se houve um tempo em que tradutor era um ser isolado, esse tempo acabou na mesma hora em que criaram a internet e os eventos para tradutores! Com a dinamicidade do mercado de trabalho atual e com todas as novas tecnologias, o tradutor é convidado a trocar ideias e experiências com os colegas a todo momento.
É dessa troca que surgem excelentes oportunidades de trabalho. Não é mais possível, portanto, deixar de investir tempo para participar de fóruns, grupos e listas de discussões; para viajar e assistir a congressos; para fazer cursos e tantas outras coisas que nos aproximam de outros profissionais. Há a parte divertida da coisa, lógico, mas isso também é trabalho.
Diversificação
A profissão nos traz muitas exigências, mas também há coisas que fazemos por que simplesmente gostamos ou queremos enriquecer o setor. Por exemplo, escrever um blog, colaborar com iniciativas como a TradWiki, dar palestras, consultorias e aulas online etc..
Algumas dessas atividades podem ser remuneradas, outras não. Mas são igualmente importantes e demandam dedicação e esforço. É trabalho, sim!
3 Respostas para “Tradutor, quando não trabalha… trabalha!”
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- 12/11/2015 -
Prezada Lorena, sempre muito úteis seus comentários. Por oportuno, recomendo http://www.traducoes-publicas.trd.br/ebook
Muito bom! Parabéns!