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Investimentos programados

Como assim, junho já está ali na esquina???

Apesar das atribulações, vamos continuar a conversar de dinheiro?

Este vai ser um texto bem curto, e já peço desculpas… Queria falar sobre investimentos programados. Sou cliente de uma corretora que implementou um produto bem interessante: são investimentos programados, com custos administrativos baixos. Você vai lá na plataforma, escolhe quanto você quer investir todos os meses (para alguns bancos eles até contam com transferência automática no dia determinado!) e escolhe o produto. Pode ser um dos fundos que eles oferecem (administrados pela própria corretora ou de outras empresas), tesouro direto ou algumas das ações da carteira que eles indicam. Pode ser só um desses produtos, ou uma mistura de dois ou mais deles.

Achei bem interessante, facilita muito a vida!

O site da corretora é www.rico.com.vc – talvez outras corretoras também tenham o mesmo produto. Gosto muito da Octo, que é o nome da corretora, a plataforma é que chama Rico. Eles têm essa filosofia de facilitar os investimentos e os custos administrativos são bem decentes.

Deixo também o link para um post interessante: http://dinheirama.com/blog/2013/05/27/como-freelancers-devem-cuidar-dinheiro/

Espero que vocês curtam essas duas dicas e me perdoem por um post no melhor estilo “the flash”!

Perfil financeiro do tradutor

Gente, que correria louca!

Escrevi aqui em agosto… Setembro foi uma loucura com trabalhos e o compromisso de dar uma palestra na Conferência do ProZ, no Rio de Janeiro. O Heitor escreveu a respeito aqui, mas ele não assistiu à minha palestra.

Outubro e novembro foram recheados de muito trabalho e outras atribulações familiares e pessoais. Ufa! Ficaram cansados? Mas a Lorena pediu um texto e não se deve negar um agrado a uma futura mamãe, né?

Serei breve, porque a tia Dédi está aqui me olhando feio. Não conhece a Dédi Laine, a tia má de todo tradutor? Vou falar bem rapidinho da experiência de ter dado a palestra no ProZ e retomar um pouquinho de onde parei no texto anterior.

Tive a felicidade de dar a palestra no ProZ, o tema foi sobre A Vida Financeira do Tradutor. Tinha bastante gente na plateia, mesmo com uma programação simultânea sempre super interessante. Obrigada aos que compareceram! A apresentação está na página da Conferência no ProZ, mas acho que restrita a quem compareceu ao evento. Pretendo disponibilizá-la em algum outro local – “pra galera” -, não prometo uma data, mas está na listinha!

Agora vou tocar num ponto que deixei “pendurado” no último texto que escrevi aqui e que toquei de leve na palestra: a questão do perfil financeiro. É uma prática implementada pela Anbima (veja mais detalhes aqui). Em todos os bancos há um questionário de perfil de investimentos, com perguntas sobre sua idade, valor aproximado do investimento, o prazo que pretende deixar esse valor investido, etc. Tudo certo, essa análise é muito importante. É claro que ninguém quer perder dinheiro nessa vida, sabemos o quanto nos custa ganhá-lo! Mas temos que nos lembrar que o risco pode se diluir com o tempo e que o tempo é nosso amigão quando se trata de investimentos. Quem aqui ainda não foi lá brincar com os simuladores que postei no texto anterior?

Pois bem, sou partidária do perfil flexível. Não estou rasgando dinheiro, mas dependendo do prazo e do possível retorno, aceito mais risco. Por exemplo, meu filho tem lá uma carteirinha de ações. Em 2010 tirei todo o dinheirinho que a vovó dá (aniversário, Natal, dia das Crianças, etc) que estava na caderneta de poupança e coloquei quase tudo em ações. Ele tem uma merrequinha em Título do Tesouro. Por que eu vou prender o dinheiro do meu filho, que é pra usar no mínimo daqui a 15 anos, em um investimento que mal acompanha a inflação? A carteira dele no momento está até negativa, mas não me preocupa. A minha também está, porque lá tem o dinheiro para daqui a 15-20 anos.

Você não precisa investir direto em ações se não quiser ou se não tiver o perfil. Mas procure um fundo que tenha um pouco de ações, com gestão ativa, para colocar um pouco de risco na sua carteira – sempre dependendo do prazo, claro! Não vá arriscar o dinheiro da reserva financeira, nem tentar dobrar na bolsa aquela grana já comprometida com alguma aquisição, hein? Por favor!!! 🙂

Já aquela parcela dos investimentos que você já vai separando para a sua aposentadoria pode ser analisada e colocada para trabalhar de forma mais agressiva, para gerar mais lucros.

Acabou aquela época em que dava para “ganhar” 15% ao ano deixando o dinheiro sem risco, num fundinho DI qualquer. Foi-se. Zé fini. Mais do que nunca, chegou a hora de batalhar pelo dinheiro – não só o que ganhamos, mas também aquele que investimos. É necessário conhecer e estudar para tomar boas decisões. E perder o medo e deixar de lado a acomodação – e até procurar gestores independentes para trabalhar pelo seu dinheiro… Quem você acha que vai correr mais atrás de resultados: um bancão daqueles já posicionados no mercado, onde você é menos que um grão de areia, ou os gestores menores e independentes que precisam conquistar e provar aos clientes que eles podem apresentar resultados melhores?

E vou parando por aqui, a tia Dédi acabou de estalar o chicote. Até!

Independência Financeira e Reserva Financeira

O que é independência financeira?

Há duas definições:

– pagar as próprias contas, se sustentar

– não precisar trabalhar para viver

Há algum tempo, eu assinava uma revista chamada “Elas e Lucros” (que já deixou de circular), editada pelas ótimas jornalistas Andréa Assef e Mara Luquet, a quem tive o grande prazer de conhecer. Em uma das edições, o perfil da entrevistada dizia que ela tinha alcançado a “independência financeira” trabalhando na construção civil. Apesar de ser algo bem diferente do usual, uma moça trabalhando nessa área, e apesar da consciência financeira que ela aparentava ter, precisei mandar uma cartinha para a redação – ela não era independente, ela se sustentava sozinha!

O caso da moça em questão, infelizmente, ficava dentro da primeira definição. Mas ela era jovem ainda, não tinha nem 25 anos.

É claro que as duas definições são válidas, só é preciso definir de “quem” somos independentes. No primeiro caso, é dos pais ou responsáveis. No segundo caso, é do trabalho. Talvez o correto seria adotar uma nomenclatura diferente: independência financeira para a primeira definição e LIBERDADE financeira para a segunda. Porém, a terminologia já está definida e vou mantê-la. Fica estabelecido que quando eu falar de “independência financeira” aqui no Ao Principiante, estarei me referindo aos valores que nos sustentarão quando não pudermos ou não quisermos mais trabalhar.

Aliás, dentro da própria definição adotada, cabe uma subdivisão: a independência técnica e a independência total. (Não estou encontrando o livro “Quanto custa ficar rico?” do Paulo Portinho, então estou citando de cabeça – mas foi uma subdivisão que achei interessante). A independência técnica seria representada por aquelas despesas fundamentais (comer, morar, comunicação, saúde), e a independência total seria representada por tudo que faz parte do seu estilo de vida (aqui entram “luxos” como TV a cabo, vestuário, refeições fora de casa, etc).

Então, podemos começar pensando no básico do básico. Teríamos como continuar pagando nossas despesas mais básicas se nenhum dinheiro entrasse na nossa conta? Chegar a esse número é uma forma de começar, para não levar um susto.

Digamos que suas despesas básicas sejam de R$ 5 mil/mês. Grosso modo, você precisa de R$ 60 mil para encarar um ano. Se suas despesas totais (incluindo os “supérfluos), forem de R$ 8 mil, você precisa de R$ 96 mil para um ano sem receitas. Isso num cálculo básico, sem contar inflação, aumentos, etc.

Há um cálculo simplificado usado por empresas de previdência privada: multiplique por 200 a renda que você quer ter. Faça isso com o seu número da independência financeira técnica e com o seu número da independência financeira total. Tomou um susto?

Mas, como em tudo na vida, o importante é começar. E, geralmente, temos que começar do começo, não é?

O primeiro passo é fazer o dinheiro sobrar. O segundo passo é investir a sobra de forma inteligente. O terceiro passo é acompanhar e ir fazendo os ajustes necessários.

Baixe uma planilha, como a do Dinheirama.com (em http://dinheirama.com/downloads/ – é a primeira da lista “Simulação de Juros Compostos), e veja você mesmo. Aproveite e “brinque” com outros valores. Se você já tem “algum” guardado, indique no campo APORTE INICIAL.

E, para aqueles que têm filhos, já começar a investir desde cedo: com o tempo e os juros compostos, valores baixos já trazem alegria. Com R$ 300,00 mensais, aplicados a 0,5% ao mês, em 20 anos, dá para alcançar quase R$ 130.000,00 (líquido de IR). Não seria ótimo poder dar aos nossos filhos a entrada de um apartamento? Ou o início de um negócio próprio?

Se aumentar o rendimento mensal para 1% ao mês, o mesmo valor em 20 anos alcança 263 mil reais, líquido de IR. E, convenhamos, R$ 300,00/mês é um valor bem razoável… Só não deixe tudo na poupança, tá? Vou escrever depois sobre os diversos perfis e riscos de investimento.

Se você ainda não começou, comece hoje, da forma que der. Não desanime ao ver que precisa economizar um valor alto por mês. Comece com o que der. Qualquer valor lá na frente será melhor do que nada. E garanto que, depois que começar, vai querer continuar!

Apresentação

Oi! Meu nome é Adriana Caraccio Morgan, sou tradutora independente inglês/português desde 1999, tradutora pública e intérprete comercial desde 2000. Fui convidada a participar do blog “Ao Principiante”, para escrever sobre organização financeira e o aspecto material da vida.

Sou de 1968, e cresci no Brasil da hiperinflação, vi diversas trocas de moedas, minha primeira graduação universitária ocorreu na véspera do Plano Collor e seu famigerado sequestro da poupança, torci pelo Plano Real e vi o dólar valendo R$ 1… Uma salada! Mas toda essa situação melhorou e, com a moeda mais estável, podemos fazer planos para os recursos que geramos.

Sempre me interessei pela área de finanças pessoais, mas minha “luzinha” acendeu mesmo quando traduzi um material de uma administradora de recursos, onde havia uma simulação para se chegar, digamos, ao primeiro milhão investindo 30 anos. Era um valor mensal muito possível e, a partir daquele momento, resolvi estudar mais, ler sobre o assunto de finanças pessoais, fazer cursos, etc.

Em 2009, fiz cursos de Introdução à Bolsa de Valores (e outros mais avançados), e comecei a investir na Bolsa. Hoje temos muitas facilidades e a única desculpa para não fazermos um plano organizado de investimentos é a nossa própria falta de organização e a correria do cotidiano, que nos faz sempre empurrar esse projeto para depois.

Temos que cuidar da nossa vida financeira (e da dos nossos filhos) com muita atenção, pois a vida é cheia de surpresas – boas e ruins. E, na minha opinião, isso vale para todos. A diferença é que os assalariados têm o auxílio (ilusório, talvez?) de seus empregadores – às vezes – e nós, empresários e/ou autônomos, já sabemos de antemão que não teremos.

Meus planos são alcançar a independência financeira (ou quase) dentro dos próximos 20 anos, e ao mesmo tempo pavimentar o caminho do meu filho – para que ele possa ter uma reserva financeira para seus estudos e que também já tenha sempre um colchão para sua “aposentadoria”. E, mais importante, ensiná-lo a cuidar dos seus recursos, quando chegar a hora.

Apesar de ter lido bastante e pensar muito a respeito desse assunto, estou longe de ser especialista. Pretendo propor alguns itens:

– O que é independência financeira? É um “número” só, ou há níveis?

– Quanto e onde investir?

– Nossa Cobertura de seguros é adequada?

– Como lidar com nossas receitas tão variáveis? Como planejar essa questão?

– Plano de previdência – é um bom produto no nosso caso?

– Taxa de administração dos fundos? Qual é uma taxa aceitável?

– O que é perfil de risco?

– Bolsa de Valores – como investir?

– O que é cesta de investimentos?

– Dívidas – as boas e as ruins – como lidar com elas?

Pretendo, aqui, comentar sobre questões que ache interessante, indicar livros de que gostei e levantar discussões. Acima de tudo, espero plantar uma sementinha em cada um, para que todos resolvam cuidar desse lado tão importante da vida.

Se tiverem alguma dúvida, fiquem à vontade para escrever aqui nos comentários e será um prazer responder – ou procurar a resposta com quem saiba.

Até a próxima!

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