Arquivo de Tag | emprego

Saia na frente preparando um bom CV

Oi pessoal,

Esses dias descobri um site muito bacana para tradutores, o Want Words. A Marta Stelmaszak, a autora, escreveu o e-book Curriculum Vitae that works in the translation industry, para ajudar os tradutores a formular um currículo eficiente e objetivo, que chame a atenção entre tantos outros currículos de tradutores.

Os iniciantes sabem como é difícil conseguir se destacar em meio a tantos profissionais que há no mercado, então compartilho aqui o e-book da Marta, como ela mesma pede em seu site, para que todos possam aproveitar suas excelentes dicas.

Boa leitura!

Consegui! E agora?

Você estudou, se informou, participou de eventos, conversou com colegas da profissão, enviou currículos, fez testes e, finalmente, conseguiu a primeira oportunidade de traduzir profissionalmente. E agora?

Preparar. Apontar. Valendo!

Se você achou que conseguir a primeira oportunidade era o objetivo final, enganou-se. Esse, sim, é o verdadeiro começo. É agora que você vai começar, de fato, a se profissionalizar. Afinal, é a prática que aprimora os estudos, e é com ela que realmente aprendemos.

Não basta traduzir…

…tem que entregar um serviço completo. Desde o bom atendimento ao cliente até um produto final de boa qualidade. O tradutor profissional não se limita a apenas traduzir. Ele precisa ser um profissional completo, e isso significa saber relacionar-se com o cliente, revisar a tradução para deixá-la coesa e sem erros, manter a formatação do texto original, cumprir os prazos, e tudo o mais que o serviço exigir.

Coração de estudante

O tradutor não pode parar de estudar. Não importa: cursos de especialização, leituras, estudos autodidatas, participação em seminários, troca de ideias com outros profissionais, reciclagem. Nunca deixe de pesquisar, estudar e se envolver com os assuntos que mais lhe interessam profissionalmente. Quanto mais, melhor!

Xô, tentação

Ainda que seu primeiro cliente tenha prometido um bom volume de serviços, você nunca sabe o dia de amanhã. Resista bravamente à tentação de sentar no sofá e parar de procurar outros clientes. Sua ascensão profissional não pode depender de um cliente só, e você não vai ficar conhecido no mercado se não diversificar seus serviços.

Felizes para sempre?

Avalie TODAS as opções, SEMPRE. Ainda que você tenha conseguido um emprego de tradutor com carteira assinada, não caia no erro de achar que um salário no final do mês é garantia de sucesso profissional. Nunca deixe de se informar sobre o que acontece no mundo dos tradutores autônomos, pode ser que depois de ganhar experiência na empresa, sua chance de consolidação profissional esteja fora dela. Ou, se você começou como freelancer, não descarte a possibilidade de trabalhar com contratos temporários ou meio período em uma empresa/agência.

Oportunidade de estágio

Olha a oportunidade, pessoal!

A Gemini Media anunciou no Facebook que está contratanto estagiários de tradução. Quem sabe não é sua chance de ganhar experiência e entrar para o mercado de trabalho?

O e-mail para envio de currículos é:

contato@geminimedia.com.br

Boa sorte para os candidatos 🙂

Mim, bom.

Quando começamos a procurar um emprego ou uma colocação na nossa área, precisamos destacar nossos pontos fortes e qualidades acadêmicas e profissionais. Especialmente no começo, algumas pessoas tendem a exagerar para conseguir vender o próprio peixe, muitas vezes sem perceber que o efeito alcançado é o oposto do desejado.

No fundo, há duas coisas que acontecem: 1) a pessoa floreia sua experiência acadêmica ou profissional propositalmente ou 2)  a pessoa sofre de excesso de confiança, um mal que atinge muitos principiantes.

No primeiro caso, digo que, além de não adiantar nada florear o currículo, essa é uma prática desonesta. E quem cai do cavalo é o próprio tradutor. Imagine dizer que tem experiência com tradução médica e receber um texto enorme recheado de termos técnicos e siglas. Certamente a qualidade do trabalho vai ser péssima, o prazo para entrega vai estourar e o cliente nunca mais vai procurar esse tradutor. O segundo caso pode ser resolvido com constante autocrítica. Às vezes realmente achamos que, por sermos bons no que fazemos, podemos aceitar qualquer tipo de trabalho. Ou que não precisamos continuar estudando nem aperfeiçoando o que já sabemos. Se isso já é ruim no profissional com tempo de estrada, imagine em um principiante que falha em analisar suas capacidades profissionais.

Ninguém está livre de pensar, ingenuamente, que pode aceitar esse ou aquele trabalho. Mas basta acontecer uma ou outra vez para saber que dizer ‘não’ é necessário com muito mais frequência do que imaginamos. Além disso, dificilmente a arrogância tira alguém do patamar em que está. Só a humildade e a verdade consigo mesmo fará com que alguém busque estar sempre em um nível melhor.

Autoconfiança é ótimo. Mas tudo o que é demais faz mal.

A Telma tem dúvidas que podem ser as mesmas que as suas

Olá, pessoal!

A Telma me escreveu com algumas perguntas e resolvi respondê-las aqui, já que outros podem ter as mesmas dúvidas.

Vamos lá!

Sou graduada em Letras e tenho experiência de cinco anos no exterior. Estou iniciando na Tradução e percebo que realmente adoro traduzir, porém também gosto de dar aula. Estou querendo fazer uma Especialização em Tradução. Será que vale a pena? No caso, além de traduzir, também gostaria de dar aula em Faculdade (visto que algumas Universidades aceitam Prof. Especialista).

Telma, vamos começar pelos estudos: você tem formação superior em Letras e experiência no exterior, o que já conta pontos, pois vem aprimorando sua língua materna e sua língua estrangeira (embora experiência no exterior não signifique fazer boas traduções, já que as nuances do trabalho do tradutor são muitas e exigem bastante critério, e não apenas ter conhecimento de uma segunda língua). Creio que a especialização seria interessante nesse ponto, já que supriria a necessidade de conhecimentos mais específicos na área. Lembrando que, para ser tradutor, não há exigência de diploma na área ou em outras áreas, mas o diploma tem sim suas vantagens. Até porque há dois tipos de tradutores: aqueles que possuem diploma em outras áreas de formação, como química, medicina, engenharia, etc. e tornam-se tradutores especializados nessas áreas e há aqueles que fazem cursos de tradução ou especialização em tradução e depois, ao longo da carreira, acham seu nicho. No seu caso, entendi que você está pensando em ter uma especialização para também poder dar aulas. Então, aí, seria realmente uma exigência que você tivesse o diploma. Só alerto sobre o seguinte: tradução é um trabalho que leva tempo e, às vezes, fica bem difícil conciliá-lo com outras atividades. Claro que há casos e casos e muitas pessoas o fazem, mas nem sempre é tão simples quanto parece. Pense que tanto a tradução quanto a vida acadêmica exigem mais tempo do que aquele passado em frente ao computador traduzindo ou na sala de aula, lecionando. Como tradutora freelancer, por exemplo, você precisa separar tempo para captar clientes, organizar orçamentos, responder e-mails, fazer networking. Se for CLT, passará de 6 a 8 horas do dia dedicadando-se somente à empresa ou agência em que trabalha. Já como professora, precisará praparar os conteúdos das aulas, fazer pesquisas, participar de reuniões, corrigir provas e trabalhos. Sugiro que você estabeleça uma prioridade, assim poderá se dedicar devidamente a uma ou outra atividade, sem prejudicar a qualidade do seu trabalho.

Vou comecar a trabalhar CLT numa agência. Como funciona isso de trabalhar CLT in house e só comparecer no escritório uma vez por semana (o que parece que é o seu caso)?

É possível, porém não vejo isso acontecer com muita freqüência. De qualquer maneira, depende de cada empresa ou agência mesmo. No meu caso, comecei trabalhando na empresa, todos os dias. Somente depois mudou-se o esquema de trabalho, com os tradutores em casa e reuniões semanais in loco. Isso vai mesmo depender de como a sua agência trabalha. Creio que quando uma agência ou empresa de traduções quer tradutores in-house o objetivo é formar uma equipe e, nesse caso, ela vê a necessidade de profissionais trabalhando no escritório.  No caso da minha empresa, ainda somos uma equipe e o fato de estar em casa não prejudicou o cotidiano nem o fluxo de trabalho (caso isso acontecesse, certamente a empresa nos quereria de volta lá todos os dias). É importante lembrar que trabalho em casa, mas ainda sou CLT, então o esquema é diferente do freelancer, pois tenho que cumprir minha cota de horas diárias, repor horas caso eu me ausente, justificar faltas, fazer horas extras se necessário, etc. Com relação a todas essas formalidades, é como se eu estivesse lá na empresa, é o comprometimento que a carteira assinada exige.

Telma, espero ter tirado suas dúvidas. Se você (ou outros) tiver mais perguntas, fique à vontade para escrever. Ficarei feliz em ajudar!


Opportunity is a bird that never perches*

By Nicole Michelle Tully

Para você que está pensando em ser tradutor e vai prestar vestibular, leia sem falta as dicas valiosas do Fabio M. Said em seu site sobre tradução, o Fidus Interpres (clique aqui para ler). Se já está na faculdade ou começando a carreira leia também, vale a pena para todo mundo; o site todo, aliás, está recheado de dicas preciosas.

O Fabio disse coisas interessantíssimas e eu gostaria de aproveitar para comentar algo que ele coloca logo nos primeiros tópicos: a maioria dos tradutores é freelancer. É verdade, claro. Mas é verdade também que “maioria” não quer dizer “todos”. Digo isso pois acredito ser importante ter a mente aberta para as oportunidades que surgem na nossa vida profissional, e elas nem sempre chegam por vias convencionais.

Sou aquela minoria difícil de encontrar. Trabalho como tradutora, com carteira assinada, em uma empresa de traduções. Penso que para os iniciantes é uma maneira excelente de começar a ganhar experiência e confiança. Muitos recém-formados nem cogitam essa idéia, pois só conseguem pensar que o freelancer ganha muito mais que o CLT e, portanto, ser CLT é perda de tempo (e dinheiro). Em qualquer profissão, seja como empregado, seja como freelancer, há, certamente, prós e contras. Coloco alguns deles abaixo:

O principiante não tem clientela formada, ainda não teve tempo de se especializar em nenhuma área e possui poucos (às vezes nenhum) contatos profissionais.

Trabalhar em uma empresa é uma oportunidade incrível de ingressar efetivamente na profissão. É uma maneira de ter contato real com variados tipos de texto e de identificar com quais deles nos damos melhor, além de conhecer outras pessoas da área. Os clientes são da empresa, claro, e por isso ganhamos menos. Porém, (pelo menos no meu caso) essa é uma clientela de porte e importância enormes e muito exigente, coisa difícil de se conseguir sendo freelancer em início de carreira.

Como um iniciante auto-avalia seu trabalho? Como ele mede sua produção? Como ele detecta vícios e erros recorrentes em suas traduções?

Trabalhar como CLT em início de carreira é uma verdadeira escola. Cada texto seu é revisado e geralmente você recebe um feedback sobre o que está bom e o que precisa melhorar. É preciso um pouco de sangue frio, porque receber críticas exige sempre uma dose de paciência e humildade. O bom é que você também recebe elogios e isso fortalece e incentiva a seguir em frente. Há sempre cobrança com relação a prazos e o lado ruim é que não podemos recusar um trabalho se acharmos que não daremos conta. Mas é legal para medirmos nossa produção e, no futuro, se formos freelancers, já ter uma ótima idéia do que podemos pegar e do que devemos recusar.

Viver (bem) com salário vindo de traduções autônomas leva um certo tempo, como sobreviver até lá?

Sendo CLT! Porque ter carteira assinada não impede, de maneira alguma, que uma pessoa comece a fazer sua cartela de clientes (agências ou clientes diretos). A parte boa é que dá para fazer isso com mais calma, já que o salário está garantido ao final do mês. A parte ruim é que se você começar a conseguir clientes, vai precisar trabalhar muito mais tempo, já que de 6 a 8 horas do seu dia serão exclusivas da empresa. Mas vale a pena o esforço. Até porque, se conseguir clientes bons e o dinheiro compensar, você pode escolher se quer continuar a ser empregado ou se passa a ser autônomo. Inclusive, muita gente em fase inicial precisa ter um emprego fixo (seja ele qual for) e fazer as traduções nas horas livres. Por que não já ter um emprego fixo na área?

Não vou mentir, não é tão fácil assim encontrar oportunidades como tradutor CLT. Porém, elas existem e, além de empresas de traduções, empresas de outros ramos também precisam de tradutores in-house. Você pode ser um, se achar que esse é seu perfil ou se no momento for o mais adequado.  Só você pode saber o que lhe convém. Além disso, salário é assunto delicado. O que é pouco para uns, pode ser muito para outros.

*Claude McDonald

%d blogueiros gostam disto: