Rotina ideal x rotina real

Algumas pessoas me pediram para falar sobre minha rotina de trabalho depois que o bebê nasceu. Agora que ele chegou ao sexto mês (já!!!) e voltei ao trabalho há dois meses, dá para dividir com vocês como está sendo.
A rotina ideal
Há sempre uma diferença muito grande entre a rotina que a gente idealiza e aquela que consegue estabelecer. Porém, acho importante ter uma rotina ideal como parâmetro para definir a rotina real, assim a coisa não fica bagunçada. Com bebês, as mudanças são muito rápidas. Quando você está se acostumando aos horários e hábitos do seu filho, ele entra numa nova fase e tudo muda.
O período mais crítico de mudanças na rotina é nos primeiros meses, pois a criança ainda está se habituando ao mundo e, você, a ela. Por isso minha opção por não trabalhar nos três primeiros meses, o que para mim foi uma decisão acertada. Com meu filho, as coisas começaram a ficar mais estabelecidas quando ele estava indo para os três meses. Uma bela noite, ele dormiu cinco horas seguidas. Na noite seguinte, seis. Quando vi, estava dormindo a noite inteira.
Foi também nessa fase que ele começou a ter fome em horários mais regulares, e eu já conseguia prever que seus intervalos entre mamadas seriam entre três ou quatro horas. Nesse período, enquanto eu ainda não estava trabalhando, nossa rotina estava gostosa e tranquila. Ele já tinha tomado as principais vacinas, então podíamos incluir voltinhas rápidas nas nossas manhãs. A rotina ideal se definiu naturalmente, e estava mais ou menos assim:
Manhã ( +/- das 7h30 às 10h30):
Primeira mamada
Passeio
Soneca
Banho
Almoço e tarde (+/- das 11h às 17h):
Segunda mamada
Período de atividades
Soneca
Terceira mamada
Período de atividades
Soneca
Fim de tarde e noite (+/- das 18h às 23h):
Quarta mamada
Período de atividades
Soneca
Quinta mamada
Hora de ir para o berço
Há coisas importantes que ajudaram a manter uma rotina como essa. Por exemplo, tentar não trocar a ordem mamada – atividade – soneca*. O sono para o bebê é essencial, por isso também não é bom ficar alterando ou pulando as sonecas diurnas, senão eles não dormem direito à noite. Lembrando, também, que essa é a rotina DO BEBÊ e eu tenho todas as outras coisas para fazer na casa ou na rua.
A rotina real
As coisas estavam desse jeitinho quando decidi voltar a trabalhar. Partindo daí, precisei estabelecer que horários poderia reservar para traduzir/revisar, com base no quanto receberia de ajuda para ficar com o bebê, como já comentei. No momento, não poderia contratar babá ou empregada e, no fundo, nunca foi mesmo minha vontade (sou chata, confesso. Não gosto de gente “estranha” dentro de casa). O que não abro mão é de faxineira a cada 15 dias, porque alivia bastante a rotina de serviços domésticos.
Ficou acertado, então, que minha mãe ajudaria em duas tardes durante a semana. Meu marido ficaria com as noites nos outros dias e minha sogra nas emergências. E eu teria ainda o sábado de manhã. As sextas ficariam como stand-by porque é um dia mais complicado para nós, e domingo é o dia de descansar, ir à missa etc..
Enquanto estou trabalhando, fico trancada no escritório. Minha mãe ou meu marido só me chamam se necessário. Como complemento a amamentação, tento contornar para dar a mamadeira no horário de trabalho, assim a vovó pode ficar com essa função. São apenas duas mamadas ou até menos com complemento, então geralmente acaba dando certo. Tenho um berço desmontável no escritório e uma cadeirinha de descanso para o bebê, caso esteja sozinha e precise ou queira adiantar alguma coisa. Mas, via de regra, tento não trabalhar enquanto estou com ele; gosto de dar atenção só para ele, ou de me concentrar para valer no trabalho.
Tem sido assim desde então. Voltei aos poucos, entrando em contato com os principais clientes. Minhas horas de trabalho estão super reduzidas perto do que eram antes. É estranho se acostumar a isso. Como freelancers, estamos acostumados a trabalhar muitas horas seguidas, ter dias com mais de 10 horas de trabalho ou ficar sem fins de semana. Agora, tudo que faço é picadinho. Umas duas horinhas aqui, outra horinha ali, uma adiantada enquanto o bebê dorme. E fico morrendo de medo de pegar mais trabalho e não conseguir cumprir.
O lado bom é que não dá tempo de procrastinar. Sei que se não fizer essa tarefa agora, sabe-se lá quando poderei fazer! Fui forçada a me organizar e me concentrar ao máximo, e vejo isso como uma coisa ótima. Já trabalhar à noite é bem complicado, porque sinto muito sono. Outro dia o bebê deu um pouco mais de trabalho e COMECEI a fazer uma revisão depois das 22h (e tive que revisar minha própria revisão na manhã seguinte, claro). Mas não tenho outra opção.
Novas mudanças
A rotina que meu bebê estabeleceu aos três meses durou bastante tempo. Mas algumas coisas foram se modificando conforme o seu desenvolvimento. Por exemplo:
- Às vezes ele pula a soneca da noite, antes da quinta e última mamada. Acho que ele está quase pronto a abandoná-la de vez. Já sei que não posso reservar trabalho para esse horário.
- As sonecas estão mais curtas e os períodos de atividades mais longos.
- Antes, as atividades eram curtos períodos de vigília em que ele ficava observando o móbile, ou sentado na cadeirinha ou explorando algum brinquedinho. Hoje, são períodos mais extensos com brincadeiras de vários tipos, rolar para lá e para cá na cama dos pais, ouvir música, treinar para ficar sentado e engatinhar etc.. Exige mais tempo e atenção de minha parte.
- Temos mais flexibilidade. Às vezes saímos à tarde e são saídas mais longas, em que posso aproveitar para resolver alguma coisa. Só evito sair mais de uma vez, porque nessa fase eles se cansam fácil.
E, agora, a grande mudança é que ele começou a tomar suquinho e comer papinha. É um marco importante e começamos neste fim de semana. Por esses dois dias já vi que teremos que mudar bastante coisa para encaixar a hora do suco e da refeição, então criaremos uma nova rotina ideal e real. Quando estivermos mais estabelecidos, volto para contar como foi a adaptação de horários e como conciliei com o trabalho.
*Aqui deixo um aviso para as futuras mães que possam estar lendo este artigo: toda criança é diferente e esses parâmetros podem funcionar para meu filho, mas não para o seu. Não forcem seus bebês a rotinas muito rígidas (fiz isso no começo, o que foi muito precipitado e, claro, não funcionou). Deixe a criança chegar à sua própria rotina e, então, a ajude a mantê-la.Foto do destaque retirada daqui.
Recursos para facilitar a vida

A gente aprende muito com nossos clientes e parceiros, e não somente sobre as boas práticas da profissão. Muitos deles, por exigirem ou pedirem que usemos certas ferramentas, nos mostram um leque de recursos interessantes e muito úteis, que certamente poderão ser usados em diversas ocasiões (e até mesmo com outros clientes).
Para o iniciante, empenhar-se em aprender a usá-los é essencial e ajuda muito a ficar mais antenado com o que a profissão exige de nós, tecnologicamente falando. Seguem abaixo apenas algumas (das várias) ferramentas básicas que aprendi a usar com clientes e parceiros, ou que me foram sugeridas por eles, e das quais hoje não abro mão!
(Clique nas imagens para ampliar)
Cliente FTP
Para transferir arquivos grandes por servidor, o FileZilla é muito rápido e eficaz. É gratuito e bem fácil de usar.
Editor de legendas
Costumo usar o Subtitle Workshop para fazer legendas e o Subtitle Edit para revisar legendas. Ambos são gratuitos e dão conta do recado, principalmente para mim, que não preciso fazer marcação de tempo nos trabalhos de legendagem.
Tocador de mídia
O VLC Media Player é ótimo para verificar como ficou a versão final das legendas, e costuma tocar a maioria dos codecs, sem precisar fazer download. Acabou virando meu tocador pessoal preferido, no qual vejo minhas séries favoritas.
Contagem de palavras
Quem usa CATs costuma fazer a contagem de palavra dos arquivos pela CAT que irá utilizar. Mas para contagens mais básicas, o FineCount é simples e funcional. Na versão paga há vários outros recursos, como fazer contagem simultânea de arquivos e emitir faturas.
Extração de textos
O ABBYY FineReader é um dos principais softwares de digitalização e OCR, bastante bom para extrair texto de documentos em formato PDF. É pago e vale o investimento, mas há versões de teste também.
Anotações e revisões em PDF
O PDF X-Change Viewer é bom para quem faz DTP Review ou precisa fazer anotações simples em documentos PDF. Dá para sublinhar palavras, destacar trechos, fazer comentários. A versão gratuita me serve bem, mas há muitos recursos além desses na versão paga.
Editor de HTML
Uso o Notepad++ quando preciso editar/revisar arquivos em formato HTML. Também é gratuito.
30 coisas para se fazer em 30 minutos ou menos
30 coisas para se fazer em 30 minutos ou menos (cheio de links úteis e legais!), no site Marc and Angel Hack Life
Começando a me organizar IV

Avaliando a lista
Voltando à listinha, vamos ver o que já consegui mudar (ou não) com as primeiras resoluções?
1) Não saber qual meu horário mais produtivo (uns dias é de manhã, outros à tarde…)
Essa sempre foi uma das maiores dificuldades. Mas tendo estabelecido uma rotina mais tranquila, já deu para perceber um padrão: meio da manhã até a hora do almoço e meio até o fim da tarde são os horários de maior produção, então, à medida do possível, tento organizar as tarefas de acordo com eles. Trabalhar à noite, só em casos muito necessários. De madrugada, nem pensar!
2) Falta de concentração, agravada por leituras na internet e redes sociais
Pomodoro Technique + Chrome Nanny + leituras antes de começar a trabalhar = concentração muito melhor. Além disso, ter o caderno para anotar tudo que vem à cabeça me deixou muito mais focada na tarefa da vez, sem precisar ficar pensando no que preciso fazer depois.
3) Demorar mais tempo do que devo para fazer minhas tarefas
Quando eu era criança, demorava mais tempo preparando minhas brincadeiras do que brincando mesmo. E sempre me irritava quando minha Barbie não ficava exatamente na posição que eu queria. Acho que isso diz bastante sobre minha personalidade! Resumindo: já fiz uns avanços, mas é um ponto a ser melhorado, porque ainda perco tempo com coisas que não são tão importantes, ou dando voltas para realmente começar a fazer o que deve ser feito.
4) Tentar ser multitarefas, mas não concluir realmente as tarefas
Sabe quando você está falando ao telefone e a pessoa ao seu lado começa a gesticular porque quer dar um recado para quem está do outro lado da linha? Se você simplesmente interpreta os gestos e passa o recado, parabéns! Mas se você for como eu, já sentiu aquela aflição só de pensar em como isso é confuso. Ou falo ao telefone, ou interpreto os gestos. Fazer as duas coisas é lorenamente impossível! Funciona igual com as tarefas. Uma coisa de cada vez. Está dando bem certo e sinto que estou concluindo as tarefas com mais rapidez, já que não há outro elemento de distração.
5) Protelar o que poderia ser feito na hora
Estou melhorando! “Depois eu faço” deixou de ser uma frase recorrente, mas ainda pipoca vez ou outra. Principalmente se forem aquelas tarefas chatas ou complexas demais. Mas como estou anotando tudo e seguindo a regrinha dos 5 minutos, eu mesma fico com vergonha de quebrar o esquema e acabo fazendo. Aí fico satisfeita, o que me incentiva a cada vez mais parar de protelar.
Outras pequenas práticas que têm me ajudado no dia-a-dia:
– Ver o menos possível, ou nada, de televisão. Principalmente: almoçar sem ver TV, assim a gente respira e clareia as ideias. Além disso, dá menos preguiça de voltar para as obrigações. Aliás, não sei dizer qual foi a última vez que sentei para ver TV, o que considero uma vitória!
– Organizar as coisas aos pouquinhos, e não de uma vez só. Essa é mais uma dica do Vida Organizada. Se há algo que precisa ser feito, mas que demanda muito tempo (arrumar o armário, jogar papelada fora etc.) faça um pouco por vez. Separe 15 minutos por dia e, em poucos dias, terá feito tudo sem ficar exausto ou estressado.
– Desconectar sempre que possível, especialmente nos horários de descanso e fins de semana. O corpo e a mente precisam saber que estão descansando e diminuir o ritmo. Avalie, também, sua necessidade de ficar online o tempo todo. Veja, por exemplo, o que diz uma blogueira e escritora de quem gosto muito, a Jennifer Fulwiler:
Looking back, the problem wasn’t a love of being on line per se; rather, it was that I had other problems that I was avoiding dealing with. In my case (and I think this is somewhat common with moms), I was feeling completely overwhelmed. I had almost no breathing room in my crazy schedule, I rarely got time to rest and recharge my batteries, I felt close to a mental breaking point each day, and the result was that I constantly sought little escapes in the form of a glowing screen. Once my husband and I dealt with the root problem and I began getting some of the down-time that I so desperately needed, I found that I was no longer drawn to spend so much time online. (Limit Your Online Distractions in 4 Easy Steps)
– Deixe seu espaço de trabalho limpo e sem distrações. Tire mural de fotos, lembrancinhas de viagem, livros legais. Senão, quando a gente vê, fica olhando para tudo isso e esquece de trabalhar!
– Às vezes, só um cochilo salva!
– Aceite dividir as tarefas. Marido/esposa e filhos, ou familiares/amigos que moram com você, também fazem parte do esquema de organização. Numa breve palestra sobre organização e homeschooling, veja que bacana as dicas que essa mãe americana dá para que os filhos participem (e gostem) da rotina de organização da família:
E amanhã acaba! Farei minhas conclusões finais sobre toda essa organização pré-baby. Até mais!
Começando a me organizar III

Viver e trabalhar, nessa ordem
Ontem comentei sobre ter um ritmo mais devagar, desacelerado, um pouco diferente do que a gente vê num mundo tão agitado como o de hoje. Foi um certo alívio ter entendido que isso não é uma coisa ruim e que não me torna pior do que os outros.
Semana passada, inclusive, em pesquisas que estava fazendo sobre educação infantil e domiciliar, me deparei com esse artigo de um site que gosto muito, em que a autora cita passagens do livro A Preguiça, do Pe. Francisco Faus. Vejam que verdadeira uma dessas passagens:
Muitas pessoas oferecem a imagem de um ativismo desenfreado. Não param um instante. Vão de cá para lá, assoberbados de tarefas, numa incessante corrida atrás do tempo, que sempre se lhes torna escasso. As ocupações os envolvem como que num redemoinho. (…) Homens e mulheres desse estilo não são diligentes. São apenas agitados.
O Pe. Faus afirma que esse ativismo desenfreado também é um tipo de preguiça, uma preguiça mental/espiritual de parar e considerar o que estamos fazendo, e observa (grifo meu):
A mão que segura e governa as rédeas da atividade é a reflexão. Só quem pensa serenamente nos seus deveres, na maneira de conjugá-los, nas prioridades que entre eles deve estabelecer, nos passos necessários para executá-los, é que possui o governo da ação e do tempo. (…) Uma atividade madura e eficaz exige – como a planta necessita da terra em que se enraíza – o solo fecundo da serenidade e da meditação. É preciso que aprendamos a parar e a perguntar-nos: Por que estou fazendo as coisas? Como é que as estou fazendo? Atiro-me cegamente numa correnteza de ocupações desordenadas? Estou fazendo realmente o que devo e do melhor modo?
Pensemos em termos de produtividade. Não andamos vendo uma movimento anti-workaholic ultimamente? Aos poucos, as pessoas não estão mais se orgulhando de trabalharem 16 horas por dia e não terem tempo nem de pensar, mas sim procurando soluções para trabalhar menos de oito. Justamente para ter tempo de refletirem, conhecerem melhor a si mesmas e priorizarem as atividades familiares. Produtividade verdadeira não é ser frenético, mas sim conseguir realizar as tarefas com qualidade, de modo que não invada nossa vida pessoal.
Para que meu espaço de tempo de trabalho rendesse mais, por exemplo, adotei um modo de começar o dia que considero bom e “saudável” (e que vai acabar quando o bebê nascer, então estou aproveitando). Como acho altamente estressante acordar e já começar a trabalhar direto, primeiro preparo meu café, sento no computador e fico pelo menos uma hora comendo meu pãozinho e lendo sites e blogs de que gosto (tem vezes que não dá, infelizmente). Também dou uma olhada e respondo mensagens no Facebook e no e-mail. É um modo de começar o dia relaxada e passar a trabalhar com mais vontade, pois não fico ansiosa para parar e ler textos bacanas que deixei pra depois.
Para não ficar tentada a perder muito mais tempo no Facebook depois disso, instalei o Chrome Nanny e limitei o uso do FB para 30 minutos diários. Se usá-los todos durante a manhã, azar o meu! Fico o resto do dia sem ver, e tenho levado isso numa boa! Se depois do trabalho eu quiser usar mas o tempo foi cortado, abro em outro navegador. Solução simples e ótima para acabar com o vício e melhorar o rendimento do trabalho! E só não diminuo mais esse tempo porque ultimamente uso o FB mais para falar no grupo dos tradutores, e isso é assunto profissional.
Além disso, ter continuado a empregar técnicas para melhorar a produtividade, como a Pomodoro Technique (trabalhar 25 minutos, descansar 5 minutos)* e outras práticas das quais falei nessa outra série de artigos, apenas reforçou a busca por uma organização mais eficaz. E, assim, sobra mais tempo para a vida pessoal, que por sua vez também fica mais organizada. Tem pessoas, até, que adotam certos rituais para dar aquela respirada e voltar às atividades com mais força. Estou pensando em adotar algum também.
Amanhã vou voltar à listinha de coisas ruins da minha rotina, para avaliar como essas primeiras pequenas mudanças fizeram diferença.
*O comentário de uma colega tradutora no artigo de ontem me fez lembrar de comentar: quanto mais eu dividir meu serviço, melhor minha concentração fica. Pode ser que para algumas pessoas funcione trabalhar 1 ou 2 horas direto, ou não parar até terminar o serviço (às vezes, até faço isso). Mas, no meu caso, melhor trabalhar 25 ou 30 minutos e dar uma pausa rápida. Assim, vou no embalo trabalho/pausa/trabalho/pausa sem desviar o foco. Vocês já pensaram em qual esquema é melhor para vocês?
Começando a me organizar II

Leituras e um novo melhor amigo
Depois de ter feito a listinha de coisas boas e ruins na minha rotina, a primeira resolução foi pesquisar sobre métodos de organização, o que me levou a descobrir ótimos sites e blogs e a revisitar outros.
As inúmeras leituras que fiz me deram ânimo para, finalmente, arregaçar as mangas e mudar o que deve ser mudado. Mas, antes, foi essencial que eu identificasse certas características minhas e, acima de tudo, as aceitasse. Foi isso que me ajudou a colocar em prática métodos de organização mais eficazes para o meu perfil.
Resumindo, cheguei às seguintes conclusões:
1) Tenho um ritmo próprio e gosto de fazer as coisas com calma, normalmente um pouco mais devagar do que a maioria das pessoas. Isso, certamente, afeta muita coisa, inclusive minha produtividade. Definitivamente, não faço parte da maioria acelerada.
2) Gosto de tecnologia, mas até um certo ponto. Por muito tempo me senti culpada, achando que era preguiça ou falta de concentração. Mas caiu a ficha de que o problema não é esse, como explicarei depois.
Com isso, apesar de ter feito a lista com foco no profissional, as primeiras mudanças que coloquei em prática foram na rotina pessoal. Acho que a gente precisa mudar primeiro o pessoal para melhorar o profissional. Então, o primeiro método de organização que adotei, e o mais genial (e simples!) para meu tipo de pessoa, foi pescado no blog Vida Organizada: ter um caderno e anotar tudo o que vier à cabeça e precisa ser lembrado. Uma caixa de entrada, como define a dona do blog.
Aqui entra a conclusão número 2, sobre as tecnologias. Sou uma pessoa cinestésica (ou, como gosto de dizer, old-school): preciso tocar, visualizar. Se você também é assim, sabe que não adianta fazer checklists no Word, planilhas de Excel e sincronizar mil coisas entre computador e celular. Tudo isso entra e sai da nossa mente em questão de segundos. Mas um caderno bonito, canetas divertidas e post-its coloridos ajudam demais a lembrar do que precisamos. O caderno não é uma agenda (a minha, por exemplo, só uso para anotar os detalhes dos projetos que chegam), é simplesmente um “bloco de anotações”, onde entram ideias, lembretes, listas de compras etc..
A questão principal do caderno, o tchans mesmo da coisa, é esvaziar a cabeça. Muitas vezes sou desconcentrada/desorganizada porque fico repassando mentalmente, sem cessar, as coisas que preciso fazer. Desde tarefas domésticas até textos para o AP. Fica tudo lá, indo e vindo, enquanto estou trabalhando. É um desgaste muito grande e, no fim, não ajuda a lembrar das coisas, só a ficar estressada. Anotando no caderno, fico tranquila e paro de pensar nos compromissos pessoais durante o trabalho.
E por falar nele, olha ele aí:
O caderno virou meu melhor amigo e, de quebra, levou a duas outras boas práticas: 1) colocar alarme no celular para ligações e compromissos a serem feitos mais para frente (assim não ficam esquecidos dentro do caderno nem na minha cabeça). 2) instituir a regra dos cinco minutos: se pode ser feito em cinco minutos ou menos, não vai para o caderno nem pro celular, é feito na hora ou assim que possível. Aqui entra tudo: lavar um copo, pagar uma conta na internet, fazer uma ligação rápida. Pensem em quanta coisa a gente elimina quando para de protelar! Só de pensar que não tem louça acumulada para depois do trabalho já me faz traduzir mais feliz!
Bom, amanhã vou falar sobre a rotina profissional e a questão do ritmo (des)acelerado. E deixo aqui um dos textos bacanas que li recentemente e acho que vocês vão gostar: Routines Are Not the Enemy: 11 Ways To Make them Work for You