arquivo | Diário de bordo: mãe e freelancer RSS para esta seção

Parada obrigatória

hand-944306_1280
Alguns de vocês acompanharam pelo Facebook o problema que tive com o domínio do blog. Bem, estou de volta com novo endereço e aproveito para retomar, de algum modo, as postagens. Ainda estou arrumando a casa e alguns links podem estar levando para o endereço antigo, problema que estou solucionando aos poucos. Me avisem se encontrarem alguma coisa estranha, ok? Aliás, quem quiser entrar em contato por e-mail, já pode escrever para: contato@lorenaleandro.trd.br ou aoprincipiante@gmail.com. E aproveito, também, para pedir desculpas a quem me escreveu anteriormente e não obteve resposta. Alguns e-mails não estavam chegando pelo reencaminhamento. Podem me enviar novamente, se ainda precisarem de mim.

Essa foi a primeira parada obrigatória (chata e inconveniente). Antes de falar da segunda (boa e necessária), gostaria de agradecer a todos que se mostraram tão prestativos em me ajudar a resolver o problema. E também a me lembrar que o blog, mesmo com uma frequência de posts muito aquém da que eu gostaria, ainda é bastante acessado.

Mas vamos falar, então, da segunda parada.

Para quem ainda não sabe, estou grávida do meu terceiro bebê, que deve nascer em abril do ano que vem. É um momento muito feliz ver a família crescendo de novo! Mas também é momento de reorganização de toda a estrutura familiar e profissional, porque ter três filhos seguidinhos não é moleza, não!

Para dar conta do recado e de tudo que a maternidade e a própria gestação exigem (e de tantas outras coisas que andam acontecendo ao mesmo tempo), resolvi fazer uma pausa no trabalho. Uma retirada estratégica, para que eu possa me cuidar e também me dedicar às crianças. Como boa monotarefa, não poderia ter tomado decisão diferente.

Isso não significa que a tradução não terá mais espaço durante esse período sem trabalhar. Afinal, como eu já disse por aqui, tradutor, quando não trabalha… trabalha! Acho que posso fazer algumas coisas simples para me manter atualizada e não ficar muito longe do mundo profissional até voltar à ativa. Pensei em coisas como: continuar acompanhando fóruns, grupos e listas de discussão; aproveitar para preparar mais posts para o blog; voltar a ler artigos, blogs e sites sobre tradução; participar de eventos pequenos e encontros com colegas; assistir a vídeos, aulas, palestras e, quem sabe, cursos online; rascunhar ideias para projetos futuros.

Claro que tudo isso será mais viável até o momento em que o bebê nascer. Depois do parto, sei que ficarei um bom tempo longe de tudo, porque toda a energia estará voltada para o novo membro da família. De qualquer modo, enquanto puder, certamente farei algumas dessas coisas, para não deixar a peteca cair e fazer uma transição mais tranquila quando retornar ao trabalho (o que ainda não sei quando vai, de fato, acontecer).

Por isso, pessoal, continuem sempre à vontade para entrar em contato e não percam as esperanças: eu ainda pretendo publicar no blog de vez em quando! 🙂

Mãe e freelancer: o que aprendi até agora e algumas dicas

Essa é a segunda parte (leia a primeira aqui) do meu artigo respondendo a dúvidas de uma leitora que quer iniciar na tradução para, entre outras coisas, poder passar mais tempo com o filho pequeno. Portanto, hoje o artigo será dedicado ao que se pode esperar da rotina de mãe e freelancer. Clicando nos links ao longo do texto, você poderá ler outros artigos sobre o assunto.

2013 foi o primeiro ano em que me dividi entre maternidade e trabalho. Aprendi muita coisa e a palavra que definiu esse período foi “adaptação”, sem sombra de dúvidas. Para que essa adaptação seja mais tranquila, compartilho abaixo um pouco da minha rotina e algumas dicas de como tornar o dia-a-dia mais fácil.

Prepare-se para diminuir o ritmo

Antes de ter meu filho, eu chegava a trabalhar até 12 ou 13 horas num dia, dependendo do tamanho ou da quantidade de projetos. Como estava começando na vida de autônoma, me acostumei com esse ritmo pois era um momento de muita prospecção de clientes, de tentar coisas novas, de testar a produção diária.

Quando engravidei, o ritmo já não estava tão insano, mas ainda assim trabalhava o dia todo, entre seis e oito horas.  Já na própria gravidez comecei a desacelerar, especialmente porque o corpo pediu. Quando tive meu filho, fiquei quatro meses longe dos teclados.

A volta ao trabalho foi bem gradual. Precisei pensar muito bem em quantas horas poderia trabalhar por dia, e não seriam muitas. Sem babá ou empregada, quem cuidaria do pequeno seriam as vovós durante as tardes, então precisei me organizar de acordo com a agenda delas.

Sair de 13 horas de trabalho diárias para no máximo quatro é uma diferença brutal. No começo a gente sente como se ainda estivesse fora da vida profissional, como se fosse apenas um ensaio para a grande volta. Mas depois acostuma. E acabamos fazendo escolhas mais inteligentes por conta disso: escolhemos os clientes a dedo, não pegamos mais trabalho do que daremos conta, administramos melhor o tempo de trabalho.

Dica 1: se você está grávida, já vá pensando em quais clientes deseja manter e quais deseja dispensar quando voltar da licença. Cultive os primeiros e vá largando os segundos aos poucos.
Dica 2: se você está deixando a vida de CLT para a de autônoma, o começo vai ser devagar mesmo. No início, seu tempo de trabalho será dedicado para prospectar clientes, estudar, participar de eventos. Leve isso a sério, porque isso é trabalho também, e se você fizer direito, renderá ótimos frutos.

Saiba aproveitar o tempo

Procrastinação todo tradutor autônomo conhece. É difícil manter a concentração e a produtividade sempre, todos os dias. O problema é que quanto mais tempo a gente tem, mais procrastina, porque sabe que “pode” deixar para depois.

Mas quando a gente é mãe e nossos filhos ainda não vão para a escola, ou contamos com ajuda limitada, sabemos que se não fizermos o trabalho naquela hora, dificilmente teremos outro momento para continuar ou finalizar a tarefa. É uma espécie de “agora ou nunca”. Claro que, ainda assim, especialmente se o prazo for folgado, haverá aquelas dias de produção baixa, por causa de uma série de fatores: cansaço, doença, imprevistos. Isso só não pode se tornar regra.

Portanto, é preciso saber se organizar e alocar o tempo para cada serviço, tentando não deixar as coisas da casa invadirem o horário de trabalho e vice-versa.

Dica: não use todo e qualquer horário para colocar o trabalho em dia. O melhor é trabalhar na hora que precisa trabalhar, descansar na hora que precisa descansar. Assim você não gasta energia fora de hora e pode passar mais tempo com seu filho ou cuidando dos assuntos domésticos.

Não estranhe se suas prioridades mudarem

(…) lembre-se de que você é uma só e que, a partir do momento em que se torna mãe, essa é a sua profissão principal. (leia aqui o artigo completo da Rafa Lombardino)

A Rafa não poderia estar mais certa com essa frase! Quando a gente é mãe, o foco simplesmente muda. Se antes, toda a minha concentração e maior parte dos meus esforços iam para o trabalho, hoje é totalmente diferente.

Por mais que tenha sido difícil diminuir o ritmo de trabalho, hoje não me vejo trabalhando mais do que cuidando do meu filho e da minha casa. Eu confesso que era bastante negligente com os assuntos domésticos antes de engravidar, e achava que toda a minha energia tinha que ir para o trabalho.

Atualmente, não me importo de trabalhar menos (e, consequentemente, ganhar menos também). Eu fico feliz de ter encontrado o equilíbrio entre casa e trabalho, e acho que jamais voltaria a negligenciar meu lar por conta dos compromissos profissionais. Tenho plena noção de que, para muitas pessoas, essa negligência não é voluntária, mas sim uma imposição das circunstâncias. Por outro lado, escolher a vida de autônomo pressupõe justamente ter a liberdade de escolher também o que vamos priorizar.

Se você está passando da vida de CLT para a de autônomo a fim de passar mais tempo com seu filho, tenha essas coisas em mente. Enquanto seu(s) filho(s) forem pequenos, muito provavelmente você não ganhará tanto quanto antes, porque não trabalhará tanto quanto antes. E isso não é problema algum. É que, no começo, é difícil mesmo deixar de se enxergar somente como profissional. Mas, aos poucos, a equação vai mudando, e a proporção entre vida doméstica e trabalho também.

Dica: nem todo cliente é carrasco. Há clientes que compreendem sua situação se você jogar aberto com eles. Eu tenho deixado claro que não posso aceitar trabalhos de urgência ou prazos muito apertados, e não tem faltado trabalho. Se você for competente, o cliente vai passar serviço mesmo assim, porque ele sabe que receberá um trabalho bem feito. Portanto, nunca aceite um trabalho se você não vai dar conta. Perder um prazo ou entregar um trabalho de baixa qualidade é garantia de perder o cliente também.

Estabeleça uma rotina (sabendo que ela pode mudar)

Já tivemos várias rotinas desde que meu filho nasceu. As fases da criança mudam, nossa rotina também. Algumas são mais tranquilas, outras mais complicadas, mas a rotina é sempre bem-vinda.

É preciso pensar em diversos fatores quando queremos definir uma rotina que inclua os serviços profissionais e domésticos, sem embaralhar tudo. Por exemplo:

Em que horários você poderá ficar sozinha para trabalhar?
Dá para conciliar esses horários com seus horários mais produtivos?
Qual a melhor hora para cozinhar para o seu filho?
Dá para congelar a comida e não precisar fazer almoço todo dia?
E a limpeza? Tem faxineira, empregada ou é tudo por sua conta?
Em que horário você poderá limpar a casa sem atrapalhar a rotina profissional?
E os fins de semana?
Você trabalhará aos sábados e domingos?
Vai separar um dia da semana ou dois para descansar?

Enfim, são algumas perguntas básicas a se fazer antes de estabelecer seus horários. Como exemplo, posso falar um pouco do que funciona para mim.

De manhã me dedico somente à casa (limpeza, comida etc.) e ao meu filho. Mesmo quando tenho um tempinho nesse período, uso-o para mim. Pode ser para tomar um banho mais longo, ou para escrever um artigo para o blog. Enfim, as manhãs são nossas.

À tarde, meu filho fica com minha mãe ou minha sogra, dependendo do dia da semana. É hora de produzir o máximo que der, enviar e-mails, cobrar clientes.

À noite, é hora de descansar, cozinhar se precisar, sair um pouquinho nos dias quentes, ler, conversar com o marido, dormir,  enfim… Um apanhado de coisas que não deu para fazer durante o dia.

Fins de semana são para descansar (a rotina da semana já é muito pesada, não é?), passear e me dedicar à família. Raramente trabalho, mas se precisar, faço alguma coisa no sábado. No domingo, nunca.

Dica 1: a dinâmica da rotina pode mudar (inclusive de um dia para o outro). Para ajudar a manter uma certa consistência em meio às mudanças, estabeleça uma rotina ideal, que vai ajudar a manter a rotina real (entenda melhor aqui).
Dica 2: seja flexível. Não é sempre que conseguimos cumprir o que planejamos, do jeito que planejamos. Às vezes temos um dia muito produtivo e no outro estamos cansados demais. Veja as pequenas mudanças na rotina como algo natural e não se cobre pelo que acabou deixando de fazer. Saber re-planejar é essencial.

Semana ProZ: Primeira grande decisão profissional x maternidade

Por meses a conferência do ProZ esteve povoando meu imaginário como um dos fins de semana mais legais que eu teria desde o nascimento do meu filho. Iríamos eu, marido e filhote para o Recife, eu encontraria meus colegas tradutores, assistiria e daria palestras, e ainda curtiria um dia a mais na praia. Não poderia ser melhor!

Mas então comecei a, de fato, planejar a logística da viagem. Poderíamos ficar somente um ou dois dias a mais, no máximo, depois da conferência. Eu aproveitaria apenas pequena parte do tempo ao lado do marido e do filho, porque preciso me dedicar à conferência. Mas a pior parte seria mesmo para o pequeno.

Criança tem rotina. Uma rotina que vem sendo construída e adaptada desde seu nascimento. A essa altura, com quase 8 meses de vida, ele tem horários certos para comer, dormir, brincar. E se por acaso sai do esquema, fica com sono na hora errada ou demora para conseguir relaxar.

O meu maior medo com relação à viagem seria essa saída brusca da rotina, para passar tão pouco tempo em Recife. Fico pensando que se, para nós adultos, um bate-e-volta é cansativo, quanto mais para um bebê. E o grau de novidade não seria pouco: andar de avião, dormir e comer fora de casa e em horários diferentes, receber atenção de um monte de gente ao mesmo tempo.

A minha ideia de levá-lo comigo à conferência era justamente eu não precisar me separar dele, assim ele não teria que lidar com minha ausência assim tão cedo. Mas tive que colocar na balança os prós e contras e cheguei à conclusão de que, estando em casa com o pai e recebendo atenção dos avós, no seu ambiente, ele ficará seguro mesmo com a mãe longe.

Mas serão apenas dois dias. Para mim, serão uma eternidade, e acho que sofrerei mais do que ele. Mas antes eu do que ele!

Imagem retirada daqui.

Rotina ideal x rotina real

Algumas pessoas me pediram para falar sobre minha rotina de trabalho depois que o bebê nasceu. Agora que ele chegou ao sexto mês (já!!!) e voltei ao trabalho há dois meses, dá para dividir com vocês como está sendo.

A rotina ideal

Há sempre uma diferença muito grande entre a rotina que a gente idealiza e aquela que consegue estabelecer. Porém, acho importante ter uma rotina ideal como parâmetro para definir a rotina real, assim a coisa não fica bagunçada. Com bebês, as mudanças são muito rápidas. Quando você está se acostumando aos horários e hábitos do seu filho, ele entra numa nova fase e tudo muda.

O período mais crítico de mudanças na rotina é nos primeiros meses, pois a criança ainda está se habituando ao mundo e, você, a ela. Por isso minha opção por não trabalhar nos três primeiros meses, o que para mim foi uma decisão acertada. Com meu filho, as coisas começaram a ficar mais estabelecidas quando ele estava indo para os três meses. Uma bela noite, ele dormiu cinco horas seguidas. Na noite seguinte, seis. Quando vi, estava dormindo a noite inteira.

Foi também nessa fase que ele começou a ter fome em horários mais regulares, e eu já conseguia prever que seus intervalos entre mamadas seriam entre três ou quatro horas. Nesse período, enquanto eu ainda não estava trabalhando, nossa rotina estava gostosa e tranquila. Ele já tinha tomado as principais vacinas, então podíamos incluir voltinhas rápidas nas nossas manhãs. A rotina ideal se definiu naturalmente, e estava mais ou menos assim:

Manhã ( +/- das 7h30 às 10h30):

Primeira mamada
Passeio
Soneca
Banho

Almoço e tarde (+/- das 11h às 17h):

Segunda mamada
Período de atividades
Soneca
Terceira mamada
Período de atividades
Soneca

Fim de tarde e noite (+/- das 18h às 23h):

Quarta mamada
Período de atividades
Soneca
Quinta mamada
Hora de ir para o berço

Há coisas importantes que ajudaram a manter uma rotina como essa. Por exemplo, tentar não trocar a ordem mamada – atividade – soneca*. O sono para o bebê é essencial, por isso também não é bom ficar alterando ou pulando as sonecas diurnas, senão eles não dormem direito à noite. Lembrando, também, que essa é a rotina DO BEBÊ e eu tenho todas as outras coisas para fazer na casa ou na rua.

A rotina real

As coisas estavam desse jeitinho quando decidi voltar a trabalhar. Partindo daí, precisei estabelecer que horários poderia reservar para traduzir/revisar, com base no quanto receberia de ajuda para ficar com o bebê, como já comentei. No momento, não poderia contratar babá ou empregada e, no fundo, nunca foi mesmo minha vontade (sou chata, confesso. Não gosto de gente “estranha” dentro de casa). O que não abro mão é de faxineira a cada 15 dias, porque alivia bastante a rotina de serviços domésticos.

Ficou acertado, então, que minha mãe ajudaria em duas tardes durante a semana. Meu marido ficaria com as noites nos outros dias e minha sogra nas emergências. E eu teria ainda o sábado de manhã. As sextas ficariam como stand-by porque é um dia mais complicado para nós, e  domingo é o dia de descansar, ir à missa etc..

Enquanto estou trabalhando, fico trancada no escritório. Minha mãe ou meu marido só me chamam se necessário. Como complemento a amamentação, tento contornar para dar a mamadeira no horário de trabalho, assim a vovó pode ficar com essa função. São apenas duas mamadas ou até menos com complemento, então geralmente acaba dando certo. Tenho um berço desmontável no escritório e uma cadeirinha de descanso para o bebê, caso esteja sozinha e precise ou queira adiantar alguma coisa. Mas, via de regra, tento não trabalhar enquanto estou com ele; gosto de dar atenção só para ele, ou de me concentrar para valer no trabalho.

Tem sido assim desde então. Voltei aos poucos, entrando em contato com os principais clientes. Minhas horas de trabalho estão super reduzidas perto do que eram antes. É estranho se acostumar a isso. Como freelancers, estamos acostumados a trabalhar muitas horas seguidas, ter dias com mais de 10 horas de trabalho ou ficar sem fins de semana. Agora, tudo que faço é picadinho. Umas duas horinhas aqui, outra horinha ali, uma adiantada enquanto o bebê dorme. E fico morrendo de medo de pegar mais trabalho e não conseguir cumprir.

O lado bom é que não dá tempo de procrastinar. Sei que se não fizer essa tarefa agora, sabe-se lá quando poderei fazer! Fui forçada a me organizar me concentrar ao máximo, e vejo isso como uma coisa ótima. Já trabalhar à noite é bem complicado, porque sinto muito sono. Outro dia o bebê deu um pouco mais de trabalho e COMECEI a fazer uma revisão depois das 22h (e tive que revisar minha própria revisão na manhã seguinte, claro). Mas não tenho outra opção.

Novas mudanças

A rotina que meu bebê estabeleceu aos três meses durou bastante tempo. Mas algumas coisas foram se modificando conforme o seu desenvolvimento. Por exemplo:

  • Às vezes ele pula a soneca da noite, antes da quinta e última mamada. Acho que ele está quase pronto a abandoná-la de vez. Já sei que não posso reservar trabalho para esse horário.
  • As sonecas estão mais curtas e os períodos de atividades mais longos.
  • Antes, as atividades eram curtos períodos de vigília em que ele ficava observando o móbile, ou sentado na cadeirinha ou explorando algum brinquedinho. Hoje, são períodos mais extensos com brincadeiras de vários tipos, rolar para lá e para cá na cama dos pais, ouvir música, treinar para ficar sentado e engatinhar etc.. Exige mais tempo e atenção de minha parte.
  • Temos mais flexibilidade. Às vezes saímos à tarde e são saídas mais longas, em que posso aproveitar para resolver alguma coisa. Só evito sair mais de uma vez, porque nessa fase eles se cansam fácil.

E, agora, a grande mudança é que ele começou a tomar suquinho e comer papinha. É um marco importante e começamos neste fim de semana. Por esses dois dias já vi que teremos que mudar bastante coisa para encaixar a hora do suco e da refeição, então criaremos uma nova rotina ideal e real. Quando estivermos mais estabelecidos, volto para contar como foi a adaptação de horários e como conciliei com o trabalho.

*Aqui deixo um aviso para as futuras mães que possam estar lendo este artigo: toda criança é diferente e esses parâmetros podem funcionar para meu filho, mas não para o seu. Não forcem seus bebês a rotinas muito rígidas (fiz isso no começo, o que foi muito precipitado e, claro, não funcionou). Deixe a criança chegar à sua própria rotina e, então, a ajude a mantê-la.
 
Foto do destaque retirada daqui.

Preparando a volta ao trabalho

Semana que vem volto ao batente, depois de cinco meses longe dos teclados (um antes do filhote nascer, quatro desde que nasceu). E admito: ainda não queria voltar! Ao contrário do que já ouvi de muitas mães tradutoras, não tive siricutico algum para voltar ao trabalho depois de um mês ou dois após o parto. O fato é que, por mim, eu ficava seis meses inteirinhos só me dedicando a ser mãe.

Acho que não é à toa que a licença maternidade CLT dura entre quatro e seis meses. Essa primeira fase dos pimpolhos passa voando! E para quem é mãe pela primeira vez, serve como uma adaptação (muitas vezes difícil, outras deliciosa) ao novo estilo de vida. Mas não sou CLT e não posso me dar ao luxo de ficar meio ano sem trabalhar. Ser autônomo tem essas desvantagens.

Para a volta ao trabalho, precisei pensar muito em como seria a rotina, com quem deixaria o baby, em quanto de trabalho eu poderia pegar nesse início etc.. Não foram decisões muito fáceis e, por enquanto, minha jornada de trabalho será reduzida e bem diferente da que eu tinha antes.

Minhas dicas para se preparar para a volta são:

Não se precipite.

No começo, me programei para ficar parada três meses e acabei ficando quatro. Se eu voltasse antes, talvez as coisas fossem meio desastrosas, porque ainda não estava no ponto. Agora, mesmo com aquela vontadezinha de ficar mais um pouco, sei que posso dar conta da volta, psicologicamente, emocionalmente e fisicamente.

Seja realista.

Quantas horas você poderá realmente trabalhar? Faça um cálculo que englobe suas outras obrigações e também seu tempo de descanso. Não use toda e cada hora “vaga” para o trabalho ou ache que vá usá-las, porque agora você tem muitas outras responsabilidades.

Comece aos poucos.

Tenha em mente quanto tempo você está sem traduzir e o quanto precisará para pegar no tranco de novo. Não comece pegando clientes novos que querem passar trabalhos volumosos, com novas ferramentas ou assuntos em que você não tem muita experiência. Fique um pouco na sua zona de conforto até sentir que entrou no ritmo novamente. Comece com os clientes conhecidos, com aqueles que você pode prever o volume ou com os quais pode negociar prazos.

Peça e aceite ajuda.

Você colocará seu filho na escolinha ou ainda acha cedo? Se for a segunda opção, será muito mais fácil contar com a ajuda de alguém do que fazer tudo sozinha. Afinal, enquanto estiver trabalhando será muito difícil cuidar do filho ao mesmo tempo. Converse com os parentes e/ou amigos para ver quem estará disponível e quando. Provavelmente, sua agenda girará em torno dos horários em que eles poderão ajudar. No meu caso, por exemplo, meus horários de trabalho serão quando meu marido e minha mãe puderem ficar exclusivamente com o pequeno.

Tradutora e, agora, mãe. Não necessariamente nessa ordem.

Oi, pessoal! Gostaria de contar para vocês como foi o primeiro mês na minha vida de mãe, e também falar sobre as minhas expectativas para o futuro próximo.

Como está sendo?

As primeiras semanas depois que o bebê nasceu foram muito intensas, tanto física quanto psicologicamente. Além da recuperação do parto (o meu teve que ser cesárea, apesar de eu sempre ter querido o normal), há também toda a questão hormonal, que nos faz passar da euforia ao desânimo em poucos segundos.

Nesse período, eu só conseguia pensar em dar de mamar, trocar fraldas e tentar dormir quando desse. Era meu quarto – quarto do bebê – banheiro. A cozinha eu visitava de vez em quando. A sensação é de que eu estava num mundo paralelo e que não existia mais nada além disso. Lembro de, na primeira ou segunda semana, ter levado o bebê para vacinar e, uma mãe, com um bebê do mesmo tempo que o meu, estava ao celular marcando depilação. Eu só pude pensar: “Depilação, já? Mal consigo pentear o cabelo”!

Claro que essas coisas variam de mãe para mãe. No meu caso, foi um tanto difícil voltar ao eixo, talvez por ser mãe de primeira viagem. Hoje meu bebê tem um mês e meio e somente há pouco tempo passei a conseguir ficar mais acordada e retomar algumas atividades.

Mas nada de rotina ainda! Por enquanto, o bebê ainda segue um ritmo bem errático, então um dia nunca é igual ao outro. Parece que será assim até pelo menos os dois meses. No final da gravidez, li e reli mil vezes o “Nana, nenê“, na esperança de fazer tudo certinho desde o começo. Mas aprendi que, por ora, o melhor é seguir o ritmo do bebê e tentar discipliná-lo no que der, porque em tudo ainda não dá.

Como será daqui para frente?

Há mães tradutoras que logo no primeiro mês já pegam seus primeiros trabalhos. Eu, desde o começo, planejei e me propus a me dedicar exclusivamente ao bebê por três meses. Só não tenho certeza se precisarei de mais tempo depois disso.

Sei que é preciso manter os clientes e, claro, a renda da casa, mas tudo é questão de prioridade. Acredito que dê para voltar aos pouquinhos, retomando com os clientes que oferecem trabalhos mais fáceis e prazos razoáveis. A carga mais pesada fica para depois.

Por enquanto, estou tentando não me preocupar muito com o trabalho e curtir ao máximo essa aventura com o filhote. Afinal, o tempo passa rápido. Meu pequeno já perdeu algumas roupinhas e já não tem mais cara de recém-nascidinho. Está um mocinho robusto e comilão. Amo a tradução, porém sei que trabalhos e clientes vêm e vão. Mas os momentos preciosos com o filho são únicos e preciso aproveitar, porque esses sim não voltam mais!